terça-feira, 6 de março de 2012

O poeta e a flor



Ele estava a caminhar
Ela, apenas a um espaço ocupar
Um encontro ao acaso
Tua beleza o deixou espasmo
Se perguntava como naquela vazia imensidão
Pudesse haver tamanha perfeição
E ela não podia crer
Que alguém por vê-la, de alegria iria replandescer
Queria estar com ela
Queria aquela forma bela
A doce imagem eternizada em uma tela

Um retrato para sempre guardar
Mas era apenas com palavras que ele sabia lidar
Alguns riscos no papel a rabiscar
Uma grande decepção a sua alma frustrar
Ela queria se mover
Ao lado dele para sempre viver
Mas ao chão estava presa pela raiz
"Oh Deus! Algo assim foi tudo o que sempre quis"

Todos os dias ele voltava para lá
E horas perdia, com ela a gastar
Ele com palavras a escrever, ela com doce perfume a exalar
Era tudo que naquele doce embalo, podiam se doar

Quando certo dia
As frágeis pétalas vieram a despencar
A tempestade veio a pequenina alma quebrantar
Para sempre no seio da terra viver
E ele apenas com palavras para não a esquecer
Foi então que se deu conta que ela tinha apenas mudado de lugar
Enraizada em seu coração, ali ela escolheu habitar
Ainda que para isso, o próprio perfume tivesse que deixar
Nos ares da chuva, onde tua alma pôde por completo se lavar

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