domingo, 2 de setembro de 2012

Pausa



Esse corre-corre cotidiano, que nos faz pensar sempre algumas horas adiante. Não se trata de visão de futuro, e sim de imediatismo. Não basta o que temos agora, é preciso alimentar a sede da busca pelo mais. E, nessa correria frenética, ficamos suprimidos, nem nos lembramos do que já conquistamos.
Então, num dominguinho à tarde, você se senta, olha para o céu, sente o vento batendo. Pensa em tudo que já houve, e seus problemas e inquietações começam a perder tanto poder de amedrontar você. O futuro volta a ser uma boa promessa, e a paz ganha um pequeno espaço dentro do seu espírito. Não é preciso uma oração, nada. Porque toda a sua capacidade de transcendência está ali, te levando aonde quiser. Basta apenas se deixar levar.
Porque dentro dessa correria em que vivemos, sempre estamos tão ligados no tempo futuro próximo, que nos esquecemos do que somos agora, e do espaço em que vivemos. Esquecemos de quem está ao nosso redor, e de tudo aquilo sobre o que já podemos nos regozijar. Porque a luta é feita desde que se nasce, e aquela que já vencemos têm seus frutos vistosos e saborosos só esperando nosso sinal de gratidão.
Porque talvez uma boa parte da vida seja apenas sentar sob o sol durante a tarde para não pensar em nada. Mesmo os melhores relógios precisam ser ajustados algumas vezes e, como todos já sabemos, um relógio adiantado não tem serventia alguma, senão para nos deixar com uma noção errônea do tempo em que vivemos.

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